sábado, 30 de março de 2013

Sou um pintor de aquarelas. E procuro, nas letras e nas agulhas, a arte...

Eu faço muitas coisas importantes.
Até mesmo quando não faço nada, faço algo importante.
Afinal, é quando me esvazio é que fico pronto para receber. Receber e preencher. É nesta hora que estou aberto para modificar-me.
Quando não estou preenchido é a minha fase azul.
E, sabe, quando se está cheio, aí não cabe mais nada.
Mas isso não quer dizer que não há momentos em que estou pleno.
E além de alternar o cheio e o vazio, gosto também de mudar de cores.
E do azul, vou mudando de tonalidades.
Aliás, é por isso que virei um pintor. Um pintor de aquarelas, que utiliza tintas fornecidas pela vida.
Pela vida das pessoas.
Das pessoas que se espalham pelo mundo.
De fato, as pessoas inspiram-me a teclar ou trazem-me problemas para eu agulhar. - E tanto na tecla quanto na agulha, sou um comunicador.
Um comunicador que pinta para se comunicar, ou um pintor que pinta para curar.
Mas sempre um comunicador.
Se pintor escritor ou pintor agulhador depende do dia, hora e interlocutor ou paciente.
Se estiver indo ou voltando.
Isso depende, sempre depende.
Com as teclas eu produzo palavras, expressões, como a disposição de tijolos na construção de adornos em um bom e bonito edifício.
Pode ser um prédio científico, jornalístico baseado em fatos, mas pode ser um prédio poético, histórico e denso, daqueles em que se pára na rua apenas para admirar.
Em ambos os casos as palavras são tijolos. Tijolos que devem ser bem encaixados numa obra única. Única e precisa.
O amor à arte escrita surgiu na adolescência, quando me sentava na calçada para dedicar letras às meninas bonitas, aos amores juvenis ou às estrelas distantes.
E, percebam, as mulheres e as estrelas nem são tão diferentes assim.
Da calçada à cadeira universitária da famosa Casper Líbero foi um pulo.
Pulinho mesmo, sem perceber estava estudando jornalismo.
- Afinal, eu gostava de escrever.
Mas, a frieza dos relatos jornalísticos começou a mostrar-me, depois de um bom tempo de trabalho e profissão, que talvez tenha nascido mais à lavra das letras encaixadas com arte que relatar fatos do cotidiano alheio. Reportar era comigo mesmo, mas eu sempre gostei de um bom tempero, nem sempre ao agrado dos astutos editores. Mas demorou um tempo para eu perceber isso.
E foi uma decepção.
Eu queria arte, não relatórios.
A formação em jornalismo me deu um tom de vermelho. Lia Lenin, Marx, Trotsky e achava que o norte era o internacional socialismo. Ilusão, de nada doce.
Textos científicos tentando explicar o inexplicável e querendo provar algo improvável.
Que a revolução começa fora. Só depois de muitas revoluções pessoais descobri que a revolução é interna. Interior. Depois disso sim, pode expandir-se para fora.
Mas nascer mesmo, nasce dentro.
Junto ao desenvolvimento das letras somou-se o estudo da psicologia, em especial de Carl Gustav Jung, psiquiatra austríaco.
Aí descobri que o mundo fazia parte de mim e eu fazia parte do mundo. Tudo junto, separado.
Tudo separado, mas junto.
Encantei-me, fui fazer terapia com terapeuta que trabalhava com o corpo.
Tudo é uma coisa só, corpo físico, mente e emoção. Fiz curso de massagem e quando surgiu a Acupuntura não caiu um helicóptero na minha cabeça.
Caiu o maior dos ônibus espaciais até então inventado e construído pelo homem.
Uma alegria muito grande.
Afinal, descobri para o que nasci. Descobri que com as agulhas reconecto meridianos, órgãos e funções, também uma comunicação.
E agora? O que fazer? Já tinha 30 anos, um filho nascendo, responsabilidade de uma família...
Junto com a descoberta de mim mesmo, separação conjugal, crises existenciais, auto-procura, auto-estudo, experiências difíceis...
Muito difíceis.
E foi desses mergulhos profundos dentro de mim mesmo é que começou a surgir uma grande força não só para entender, mas também uma capacidade para ajudar aos outros.
O vermelho começou a se dissipar para surgir um dourado em mim.
O dourado da cura e do amor ao próximo.
O AMOR QUE DÁ COMPETÊNCIA e tinge de volta o azul perdido durante a pureza da infância.
Por que meu trabalho é importante?
Porque comunico às almas o caminho de seu próprio reencontro, um caminho trilhado por intermédio de palavras e agulhas.
Muita gente escreve e muita gente agulha.
Mas eu procuro, tanto na escrita quanto na agulha, a arte.
A trilha de um novo caminho, azul e dourado, na busca do homem, por ele mesmo. Por isso meu trabalho é tão importante, porque consigo unir agulhas e teclas na busca do novo caminho que é a volta a si mesmo.

"O privilégio de toda uma vida é ser aquele que nascemos para ser."
Joseph Campbell

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Obrigado Senhor 2012! Thank you Lord 2012!

Obrigado Senhor 2012.
Por sinal, 2012 foi um ano duro!
Duro de roer.
Mas não estou aqui para reclamar. Antes agradecer.
E muito.
Pouco sei, é verdade. Mas um pouco sei.
Entre tantos poucos, um indica que no último segundo do Senhor 2012, o sentimento será de gratidão.
Afinal, hoje sou maior e melhor que há um ano.

2012 o Senhor foi de aprendizado.
De mestre à aprendiz.
Afinal, as vezes é preciso descer um degrau para respirar melhor.
Tomar impulso para novo projeto, um novo passo, salto...
E que o salto seja ornamental.
Se possível, com poucas e lindas piruetas e mais centímetros ao alto.
E que sejam volteios belos, bem feitos, mas sempre para o alto.

Ano duro serve para isso.
Para valorizar todo o aprendizado e projetar saltos altos.
E que os saltos contemplem bicos largos...
porque bico fino aperta os dedos e a gente logo se enche.

Obrigado Senhor 2012, pelos segundos corrrediços em alguns momentos,
lerdos e lentos, em tantos outros...
por tantos momentos felizes e por verdadeiras catástrofes,
internas e externas...
Nos balançar do chão e no balouçar da balaustradas fincaram-se profundos aprendizados que levaram-me a descobrir-me mais e mais Senhor 2012.

E, entre tantas duras e leves lições, salta uma, a de que o Senhor sempre estará presente,
ajustando toda a responsabilidade da Criação que me destes com total liberdade desde meu nascimento.
Obrigado Senhor,
que eu tenha sabedoria e amor suficientes para acalentar o menino 2013
e que esse menino seja bendito, nutrido e abençoado
com tuas direções Senhor e com toda as nossas capacidades de realização.

Acompanhe-nos Senhor, na criação do menino 2013.
Que seja ele um menino pleno, real, possível, sonhador e amoroso.
E que se transforme em um homem risco e próspero, íntegro, vistoso e verdadeiro, realizador e profundo.
Que se realize-se em um homem de verdade, como Tu planejaste desde o início imemorial dos tempos.
Conte comigo Senhor, Conte comigo 2013. E seja muito bem-vindo!






Thank you Lord 2012
2012 was a tough year! Hard nut to crack.
But I'm not here to complain. Before thanking.
Very.
Little know it's true.
But among the few, is that in the last second of the Lord 2012, is the feeling of gratitude.
After all, today I'm bigger and better than a year ago.

2012 was a year of learning.
Master to apprentice.
After all, sometimes it takes a step down for better breathing.
Taking impetus for a new project, a new step, jump ...
And the jump is ornamental.
If possible, with few pirouettes and more inches to the top.
And spins that are beautiful, well made, but always upward.

Hard this year to serve.
To enhance the whole learning design and high heels.
And the heels contemplate beaks wide ...
because pointy toes squeeze and we soon fills up.

Thank you Lord 2012, by the second corrrediços at times
sluggish and slow, many others ...
so many happy moments and real catastrophes,
internal and external ...
In the ground shake and sway of the rails dug up deep learning that led me to discover myself more and more Lord 2012,
And, among many hard lessons and light jumps that the Lord will always be
present
adjusting all responsibility of Creation that gave me since my birth in freedom.
Thank you Lord,
and I have enough wisdom and love to cherish the boy 2013
and this boy is blessed, blessed and nourished
directions and with thy Lord with all our capabilities realization.

Follow us Lord, in creating the boy 2013.
That he is a boy full, real, possible, and loving dreamer and becomes wealthy and prosperous, righteous and true, deep and filmmaker.
What takes place in a real man, as Thou hast intended from the beginning of time immemorial.
Tell me Lord, Count me in 2013. And be very welcome!

domingo, 9 de dezembro de 2012

Revela e vela


O olhar parece parado.
Só parece!
É que de tão profundo revela, vela e faz imaginar a parada...
Mas isso só é para quem não a traduz.
Ah e que tradução...
Precisa língua própria.
Mesmo que seja ainda esparsa, clara e, ao mesmo tempo, oculta
Tão oculta como o ali... o bem ali.

E, para se chegar, há volteios de muitas e milimétricas filigranas
Filigranas, tantas e tão finas, que se somam em um caleidoscópio cósmico esparso
Interestrelar, intergaláctico como um desabrochar de uma velha e boa margarida...
Ou de um lenço desavisado que cai em câmara lenta no solo amadeirado de um tempo escondido, reconditamente guardado...
De onde venho?
No atestado consta origem desconhecida...
E nem pense que vai me traduzindo assim, meio fácil, meio rápido.
E, pasme, de tão desconhecida está ali mesmo, bem ali, com um fôlego recém-tomado após simples susto.
Tão ali mesmo, como aquela própria e próxima curva inesperada que se faz meio sem querer e nem porquê...
E se faz pensar e parece, apenas parece, inconsequente
Não brinque com as aparências...
E dos fios de cabelos rebeldes - que se alinham no cenário horizontal da face – sem mais nem tão menos, tecem verdadeiro enigma.
Musicalmente silencioso, tão sutil e tão sério que pululam de compassos naturais, francos e sorrateiros...
Mas são tão certamente sérios e lentos, que mais se parecem com um amanhecer sincero...
Devoro-te antes de decifrar-me.
Afinal, não terás tanto tempo e há poucas chances de entendimento terno
terno e profundo que, para confundir, exalo em minha superfície meu perfume interior, acre, ácido, amargo e doce... tudo ao mesmo tempo... é meu perfume...
Podes imaginar como se faz o silêncio de meus lábios entreabertos?
Ou como finquei minhas linhas em meu rosto com esses contornos forjados com tamanha vivência?
Fique em silêncio e saiba que viver é mais que superfícies e perfumes,
Portanto, não se iluda.
Minha tradução exige, já que me escondo na faceirice alheia porque não me revelo.
Antes, parece baixo relevo, mas é xilogravura... com cobre, bronze e carvão luxuoso.
Metais que se expandem e pelo atrito viram diamantes...
E você logo pensa que é assim, fácil, o deslumbrar e a tradução?
Não é fácil, mas existe.
E te vejo, quando despojo-me de tudo que sei. Na hora do não sei é que em ti vejo algo de mim, como se refletisse numa pia batismal. De comemorar um novo nascimento. Sempre.

E o melhor de tudo, é saber que existe a propalada e buscada tradução...
Ela é linda, e é possível, antes de devorar-me.
E a tradução é...


The look seems stopped.
Just seems!
It reveals that as far as depth, sailing and makes the stop imagining ...
But this is only for those who do not translate.
Oh and translation ...
Need own language.
Even though it is still sparse, clear and simultaneously conceals
As hidden as there ... well there.

And to get there and spins many millimeter filigree
Filigree, so many and so thin, that add up in a cosmic kaleidoscope sparse
Interstellar, intergalactic as an unfolding of a good old Daisy ...
Or a scarf unaware that falls in slow motion on the ground of a woodsy time concealed, reconditamente saved ...
Where I come from?
Contained in the certificate unknown origin ...
And do not think that will translate well to me, means easy, quick way.
And, amazingly enough, is unknown as of right there, right there, with a breath-taking newly single after fright.
So right there, like that very next bend and unexpected way that does not want nor why ...
And if makes you think and it seems only seems inconsequential
Do not play with appearances ...
And the hairs rebels - that line the horizontal landscape of the face - no more nor less, weaves real puzzle.
Musically quiet, so subtle and so serious that swarm of compasses natural, candid and sneaky ...
But so are certainly serious and slow, which more resemble a sunrise sincere ...
Devour you decipher before me.
After all, you will not have much time and there is little chance of understanding suit
suit and deep, to confuse, exhale in my face inside my perfume, acrid, sour, bitter and sweet ... all at the same time ... is my perfume ...
Can you imagine how it makes my lips parted in silence?
Or how finquei my lines on my face with these contours forged with such experience?
Be still and know that life is more than surfaces and perfumes,
So do not be fooled.
My translation requires, as I hide in the coquetry of others because they do not reveal myself.
Rather, it seems intaglio, woodcut but is ... with copper, bronze and charcoal luxury.
Metals that expand and viewed by friction diamonds ...
And you just think it is so easy, the dazzle and translation?
It's not easy, but it exists.
And you see, when spoil me everything I know. At the time I do not know is that you see something in me, as if reflected in a font. To celebrate a new birth. Always.

And best of all, know that there is a much touted and sought translation ...
She's beautiful, and it is possible, before devouring me.
And the translation is ...

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Parir a si mesmo exige coragem. Farrow yourself requires courage.

Parir a si mesmo exige coragem.
Tipo de coisa que só cresce tendo. Tendo, mas que precisa usar. E melhor se abusar...
- Mas, de onde pode vir tamanha, se a sua origem é humilde?  Fato, breve fio.
E de navalha que já nem corta, de tão antiga e abandonada naquele velho e abandonado canto de ferramentas envelhecido, como são velhas as paredes caiadas da antiga oficina...
O ranger da porta, ao abrir, parece desabrochar, na marra, novos mistérios. Sempre.
- Mas como novos, se o espaço é tão abandonado e envelhecido?
O novo vem de alguns raios de sol, insistentes, que despontam e forçam-se entre árvores.
Sorrateiros, mas com força, invadem...
A madeira rústica verde, verde escura como devem ser escuras os verdes das portas dos quartos de ferramentas, range...
Range e estala ao abrir, bem no meio da escuridão, uma fatia de claridade que não pede licença e vai desvirginando o desconhecido.
Junto com a luz, o exalar de cheiro mofado de brinquedos abandonados.
De bichos de pelúcia, de um autorama com carrinhos que não há muito não correm, tão pouco andam...
Noutro breve canto, toalhas, panos de chão e até fraldas de bebês que hoje são homens que falam grosso e dirigem empresas. São tecidos, como quadros sem molduras a guardar recordações...
- De onde partem tantos cheiros misturados?
De tudo e de cada objeto. Separadamente.
Mas, na soma, enfim, sempre está tudo junto.
- O que significa aquela mistura de odores, afinal, que não se identifica? Que não se entende e tão pouco se enxerga?
Uma tradução que não se consegue, por mais que se respire profundamente...
Para ampliar a dúvida, fica sempre uma névoa, de um cheiro espesso, tão duro que dá quase para pegar, de um tempo que passou...
De um tempo que exige, entretanto, muita coragem para desfolhá-lo...  



Farrow yourself requires courage.
Kind of thing that only grows with. Having but you need to use. And best abuse ...
- But where such may come, if your home is humble? Indeed, short wire.
And that does not even razor cuts, as old and abandoned that old and abandoned corner of tools aged, as are old whitewashed walls of the former workshop ...
The creak of the door opening, blossoming seems, by force, new mysteries. Always.
- But as new, if the space is so abandoned and aged?
The new comes some sunshine, insistent, and force that stand between trees.
Sneaky, but forcefully invade ...
The rustic wood green, dark green and dark greens should be the doors of the rooms of tools, range ...
Range and click to open, right in the midst of darkness, a slice of clarity that no excuses will desvirginando and the unknown.
Along with the light, exhale the musty smell of abandoned toys.
Stuffed animals, a slot car with strollers that there is not much running, so little walk ...
In another short corner, towels, floor cloths and diapers to babies who are men today who speak thick and run businesses. They are woven, as frameless frames to keep memories ...
- Where many smells mixed run?
Everything and every object. Separately.
But, in sum, finally, is always all together.
- What does that mixture of odors, after all, who does not identify? What is not understood, so rarely sees?
A translation that can not be, as much as we breathe deeply ...
To enlarge the doubt is always a fog, a thick smell, which gives almost as hard to catch, for a while now ...
A time that requires, however, a lot of courage for him defoliation ...

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Queimemos ainda mais...




Enfim, compremos...

Numa época em que regiões do planeta apresentam multidões famintas e com saúde debilitada governos incentivam ao consumo de automóveis que queimam combustíveis fósseis e aquecem ainda mais a Terra.
Aguardo comentários sobre tal reflexãao